Um impulso à descarbonização

Régis Tiecher CEO da Rodonaves e membro do Grupo de Trabalho sobre Transição Energética da CNT.

Quando olhamos para os caminhos que o TRC (transporte rodoviário de cargas) deve percorrer nos próximos anos, vemos a descarbonização da frota como um dos mais urgentes. As novas tecnologias e a sustentabilidade trabalharão, cada vez mais, de forma simultânea para tornar os negócios mais eficientes e em harmonia com o meio ambiente.

Dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), com base nos números do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas, mostram que a idade média dos caminhões no país é de 22,3 anos. Já a idade média da frota concentrada nas mãos das empresas é de 10,8 anos. Esse é um desafio que buscamos enfrentar na Rodonaves com ações concretas e, para isso, contamos com uma frota com idade média de 4 anos e investimos continuamente na modernização e na renovação dos veículos.

Atualmente, 81% da nossa frota é Euro 5 e 15% Euro 6, uma evolução em relação ao ano passado, quando tínhamos 86% Euro 5 e 6,2% Euro 6 — sistema que reduz a emissão de poluentes em até 95% e diminui o consumo de combustível. Além disso, introduzimos caminhões elétricos em rotas específicas, avaliando continuamente sua eficiência e sustentabilidade, mesmo que a eletrificação ainda seja incipiente no país.

Em outra frente, maximizamos o uso de tecnologias como telemetria e roteirização inteligente para otimizar rotas e reduzir o consumo de combustível, consequentemente, reduzindo as emissões de gases poluentes. É importante destacar os investimentos em treinamentos para motoristas como o Programa Tração, de práticas de direção econômica, segura e sustentável.

Essa é uma estratégia essencial para melhorar a produtividade e a competitividade, além de proporcionar maior segurança e conforto aos motoristas. Na Rodonaves, sustentabilidade é um valor que permeia decisões estratégicas, e acreditamos que esse propósito, analisado a longo prazo, será valorizado pelo cliente, além de demandado pela sociedade.

Também atuamos ativamente no Grupo de Trabalho sobre Transição Energética da CNT, que reúne empresários do setor dedicados a estudar e propor alternativas energéticas viáveis para o Brasil. Entre os temas explorados, destacamos o impacto do aumento do teor de biodiesel na composição do combustível, especialmente em veículos pesados. Na Rodonaves, iniciamos um estudo detalhado em nossa frota para avaliar os efeitos da elevação para B12 (diesel com 12% de biodiesel na mistura) em relação ao B10.

A renovação de frota é uma aliada na descarbonização. Contudo, essa jornada só será bem-sucedida se acompanhada por inovação tecnológica contínua, embasamento em estudos técnicos sólidos e políticas públicas que incentivem práticas verdadeiramente sustentáveis. O caminho para um futuro mais verde e eficiente no setor de transportes depende de um esforço conjunto entre empresas, governo e sociedade.