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Carros ainda são vilões para a qualidade do ar, mas poluição no Brasil poderia ser muito pior

07/05/2021

​Proconve ajudou a melhorar as condições ambientais nas grandes cidades brasileiras, mas tem problemas para avançar



Doenças cardíacas, câncer de pulmão, AVC. Certamente, a indústria automotiva não gostaria de estar associada a essas enfermidades. Mas as agências de saúde se apoiam nas pesquisas científicas para relatar essa realidade inconveniente: de acordo com um estudo feito em 2019 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), ao menos sete milhões de pessoas morrem anualmente em todo o planeta em função de doenças relacionadas à poluição do ar, provocada por substâncias como o monóxido de carbono (CO) e outros gases tóxicos. Para ter ideia, a pandemia de covid-19 vitimou aproximadamente 2,7 milhões de pessoas no período de um ano — por sinal, uma pesquisa da Universidade Harvard indicou que pacientes com coronavírus que vivem em regiões com alto índice de poluição têm um risco 15% maior de morrer em decorrência de complicações causadas pelo vírus. Antes que surja qualquer dúvida, sim, os carros têm relação direta com esse problema. Segundo coleta de dados realizada pela Universidade de São Paulo (USP), os veículos são responsáveis por cerca de 60% das emissões de partículas poluentes em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A situação, porém, poderia ser muito pior: desde 1986, o Brasil conta com o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que se inspirou nas regulações adotadas em outras regiões do mundo, como na Europa, para estabelecer metas para reduzir as emissões de poluentes dos veículos. A cada fase do programa, ficam mais rígidos os limites para a emissão: as próximas etapas, chamadas de L7 e L8, estão previstas para entrarem em vigor em 2022 e em 2025. Diante das legislações atualizadas, os níveis de poluição vêm diminuindo, mas especialistas entendem que ainda é necessário exigir uma diminuição ainda maior das emissões de poluentes para vislumbrar melhoras significativas na qualidade do ar das metrópoles.

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Fonte: Autoesporte