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Impactos econômicos e ambientais

12/01/2022

Levantamento da CNT aponta que a falta de qualidade do pavimento das rodovias brasileiras aumenta os custos do transporte rodoviário, desperdiça mais de 955 milhões de litros de diesel e lança cerca de 2,5 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.


Por Revista CNT Transporte Atual
Divulgação/CNT

O transporte rodoviário no país está representado por 64,9% da matriz de carga nacional e mais de 90,0% do segmento que atende passageiros. Em uma visão macroeconômica, esses percentuais demonstram a importância de se ter uma malha rodoviária de qualidade para proporcionar maior competitividade à atividade econômica. Porém o Brasil ainda precisa avançar. A falta de infraestrutura rodoviária adequada e a má conservação das rodovias têm acentuado os prejuízos para o transportador e para o país.

De acordo com o levantamento da CNT, o aumento médio de custo operacional do transporte rodoviário devido à falta de qualidade do pavimento das rodovias brasileiras é de 30,9%, resultado que afeta os custos do transporte e, consequentemente, o preço final dos produtos. Além disso, é possível estimar que 955,99 milhões de litros de diesel sejam consumidos de forma desnecessária, por conta das condições do pavimento. Isso ocasiona uma descarga adicional de, aproximadamente, 2,53 milhões de toneladas de CO2 equivalentes na atmosfera.

Para superar tamanho prejuízo ambiental, seria imprescindível o plantio de mais de 15 milhões de árvores, que levariam duas décadas para neutralizar apenas as emissões ocorridas em 2020. Se as rodovias estivessem em perfeito estado de conservação, teria sido evitado esse consumo, que representa um prejuízo financeiro de, aproximadamente, R$ 4,21 bilhões para os transportadores de cargas e de passageiros no Brasil.

Tendo em vista que o preço médio do caminhão mais vendido no país é de cerca de R$ 650 mil, a quantia desperdiçada com o combustível adicional poderia ser utilizada para adquirir 6.477 novos caminhões.

“Os resultados mostram que temos muito o que recuperar nas nossas rodovias para reduzirmos as perdas de eficiência logística, o consumo e as emissões, além de desgastes nos veículos”, avalia o diretor executivo da CNT, Bruno Batista. O diretor afirma que “as estratégias de descarbonização demandam, necessariamente, melhorias na infraestrutura da malha rodoviária”.